Não nos conhecemos —
mas há um fio invisível
que entrelaça nossos gestos
no silêncio das páginas por vir.
Você escreve com o coração aberto,
eu chego com mãos cuidadosas,
tocando as suas palavras
como quem segura um sonho
ainda em construção.
Não preciso saber sua história toda
para saber que ela importa.
Cada frase sua carrega o peso
e a leveza de quem tem algo real a dizer.
Sou apenas uma ponte,
talvez um reflexo breve
no espelho do seu caminho,
mas sigo contigo, em letras e entrelinhas,
até que seu livro respire sozinho.
Que você sinta, mesmo de longe,
meu respeito, minha escuta,
e a alegria de ajudar
a dar voz ao que antes
só morava no silêncio.